segunda-feira, 9 de novembro de 2009

João Buracão é destaque em Semana de Comunicação



Antes da palestra, o coordenador Jorge Maroun agradeceu a
presença de todos os convidados


Por Diógenes Oliveira

Dois ex-alunos da Universidade Estácio de Sá, campus Nova Friburgo, deram abertura à Semana de Comunicação realizada no dia 26 de outubro. O Encontro promovido no auditório da instituição teve como destaque as experiências do repórter do Jornal Extra, Fernando Torres, e da assessora de imprensa de concessionária Águas de Nova Friburgo, Carla Tank.
Formada em publicidade, Carla Tank contou que após cinco anos de atuação em agências arriscou a estabilidade financeira para fazer jornalismo. A jovem trabalhou como repórter do jornal Lance e dois anos mais tarde recebeu um convite para estrear no SBT de Nova Friburgo. A jornalista afirmou que se encantou pela televisão ao cobrir matérias factuais na emissora durante quatro anos.

Carla Tank é responsável pela assessoria de imprensa da concessionária Águas de Nova Friburgo, empresa que foi alvo de críticas em algumas matérias que ela produziu no SBT. Segundo a jornalista, o convite veio como resultado de um trabalho levado a sério. Carla Tank aconselhou os alunos a aproveitarem todas as oportunidades.

Para a assessora, os estudantes precisam ingressar nos diversos meios de comunicação para adquirirem experiência. Já Fernando Torres fez um breve histórico da trajetória que o levou ao jornalismo. De acordo com ele, tudo começou com o sonho de ser repórter de campo da Rádio Globo. Para o jornalista, o sonho de cursar jornalismo tinha tudo para dar errado: “Eu morava a 4Km do pedaço mais próximo de asfalto”, contou.
Fernando Torres adquiriu experiência na Rádio Estação. Segundo o coordenador do curso de comunicação social, Jorge Maroun: "Quando a rádio era coordenada por Carla Braga, Fernando era um dos principais colaboradores. Foi um dos criadores do Programa 'Eu Quero é Rock' e atuava no radiojornal diário ao vivo que a rádio transmitia, entre outros".

Para Fernando Torres, existem dois erros que os alunos jamais deveriam cometer. Um deles é pensar que a carreira só começa na conclusão da faculdade. O outro é fazer os trabalhos requeridos pela universidade de qualquer maneira, pois assim o estudante perde a oportunidade de se aperfeiçoar e ser indicado pelos professores no mercado de trabalho.

Sucesso do Boneco João Buração e indicação ao Prêmio Esso

Contratado pelo Jornal Extra em 2008, Fernando Torres aceitou o desafio de cobrir a baixada fluminense por acreditar ser o local onde se encontram as melhores histórias. Após um mês de trabalho, recebeu o convite do editor-chefe, Fábio Gusmão, para a criação do Extra 3G. De acordo com ele, o repórter faz toda a reportagem desde o texto à edição final apenas com os recursos básicos oferecidos pelo celular e pela internet. Como se perde muito tempo para chegar à redação, tudo é feito na rua e enviado pela web.

O assunto que mais chamou a atenção na palestra foi a história do João Buracão. Criado por um borracheiro, o boneco foi destaque em várias matérias feitas pelo repórter e registrou a revolta com o descaso das autoridades por causa de um buraco que incomodava os moradores da rua Piraí há 10 anos. Com o sucesso, a direção do jornal criou o espaço de atendimento ao leitor chamado João Buracão.

Segundo Fernando Torres, a redação do jornal contabilizou 15 mil ligações de leitores em apenas um dia. Já foram tampados 1.100 buracos. O jornalista garantiu que o boneco será o fiscal das obras nas Olimpíadas do Rio de 2016.

Fernando Torres foi indicado ao Prêmio Esso de Reportagem de 2009. Mas ainda não foi desta vez que ficou entre os finalistas. Foram selecionados 38 trabalhos de mídia eletrônica e impressa em 12 categorias. A premiação está programada para o dia 8 de dezembro, no Hotel Copacabana Palace, no Rio.

Segurança dos repórteres

A professora Goretti, também presente no auditório, pediu para os convidados falarem sobre a segurança oferecida pela imprensa aos repórteres durante a cobertura de tiroteios entre policias e traficantes onde os profissionais ficam mais expostos.

De acordo com Fernando Torres, o Jornal Extra oferece carro blindado e coletes à prova de bala aos repórteres. Mas disse que esse material é ineficiente, pois não protege contra fuzis. Para ele, a segurança está no crachá:

“Os caras sabem que mexer com jornalista é furada”, declarou ele ao destacar que todos os envolvidos no caso do jornalista Tim Lopes já foram punidos. O jornalista afirmou ainda que o jornal dá liberdade para os repórteres rejeitarem as matérias que ponham em risco a vida e a segurança deles.

Nenhum comentário: