domingo, 29 de novembro de 2009

Começo do fim das sacolas plásticas


- Lei prevê substituição do plástico por materiais reutilizáveis
Por Fernanda Pamplona
(técnica mista - link interno)

Os moradores do Rio de Janeiro terão que modificar seus hábitos para se adaptar à nova lei, aprovada pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Em breve, empresas e comerciantes que utilizam as poluentes sacolas plásticas serão obrigadas a trocar o plástico por material reutilizáveis – que podem ser de diferentes tecidos à plásticos resistentes.

O projeto, idealizado pelo ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, ficou na gaveta por dois anos, recebendo modificações, e hoje é motivo de debate. Por um lado, a conscientização coletiva e a defesa da mudança do comportamento do consumidor perante a natureza. De outro, o comprometimento de renda das classes C e D.

Durante esse tempo, uma emenda importante foi implementada ao projeto: a previsão de troca de sacolas plásticas por itens da cesta básica tem causado tumulto antes mesmo de entrar em prática. Rudney Araújo, subgerente do Supermercado Regina, em Teresópolis, afirma que nenhuma notificação ou resolução oficial existe, então não se cogita fazer a troca. “Nós já temos estrutura para estoque das sacolas plásticas, mas ainda não implementamos a troca pelas reutilizáveis e nem temos previsão. Não sei como vai ser quanto a troca por alimento”, afirma.

Desde junho de 2009, a lei para troca das sacolas está aprovada, aguardando apenas sanção do governador Sérgio Cabral. Enquanto ele não se decide, a população já se adapta à novidade. “As idosas, principalmente, já compraram a idéia dessas sacolas”, explicou o gerente geral do Supermercado ABC Comprebem em Teresópolis, Márcio Pires. A loja, da Rede Pão de Açúcar, já tem perparo e estrutura para atender a lei. “Nós já começamos aos poucos a colocar as sacolas retornáveis. Nesse pouco tempo, houve uma diminuição de 7% na quantidade de sacolas plásticas utilizadas”, explicou Márcio.

Os consumidores tem opiniões diferentes quanto ao assunto. “Eu usaria se não tivesse que pagar por elas”, disse Sabrina Mendes. Mas o comodismo ainda é o grande impecilho da lei: a maioria não gosta dos novos tipos de sacolas. “É ruim de carregar no ônibus, e dependendo da sacola, ela abre ou não cabe tudo”, comentou Juliana da Silveira, de 23 anos.

A educação ecológica depende tanto das campanhas das empresas quanto a conscientização da população. “Para Teresópolis, a lei representará avanços significativos. A não utilização do plástico, ou o uso em menor escala, representa uma maior preservação ambiental. Uma cidade com tanto verde já deveria ter se adaptazo à essa lei. É preciso educar o povo”, afirmou o ambientalista Zé Waitz.

As sacolas plásticas matam peixes e animais de pequeno porte, causa constipação nos animais e, muitas vezes, a morte. “É muito triste ver que o plástico ainda é jogado na natureza e mata tantos seres vivos”, completou Waitz.

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