quinta-feira, 12 de junho de 2008

GRUPO DE MILÍCIAS MANTÉM JORNALISTAS REFÉNS EM FAVELA DO RIO DE JANEIRO

Síntia Barcelos


Uma equipe do Jornal O Dia foi torturada por milicianos no último dia 14 de maio na zona oeste do Rio de Janeiro. A repórter, o fotógrafo e o motorista do jornal foram seqüestrados na da Favela do Batan em Realengo, onde estavam morando em uma casa alugada para investigar a atuação de grupos de milícias.

Os jornalistas foram mantidos em cárcere privado por sete horas e meia, período em que foram agredidos com choques elétricos socos, pontapés, sufocamento com saco plástico e roleta russa. A direção do jornal informou que adiou a divulgação do crime para não atrapalhar as investigações policiais.

Os grupos de milícias são formados por bandidos, em sua maioria, ex-policiais e policiais ainda em atividade. Com a proposta de proteger os moradores eles dominam as comunidades espalhando o medo. Segundo levantamento divulgado por "O Dia", as milícias dominam atualmente 78 favelas da cidade.

Esse atentado à liberdade de imprensa aconteceu menos de um mês antes do aniversário da morte do jornalista Tim Lopes. No dia 02 de junho manifestações marcaram os seis anos do assassinato de Tim, torturado e morto a golpes de espada pelo traficante conhecido como “Elias Maluco” no alto de uma favela também no Rio de Janeiro.

No fim de fevereiro, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, informou que havia 115 investigações em curso sobre o tema. De acordo com nota oficial do jornal O Dia os jornalistas passam bem e estão recebendo acompanhamento psicológico.

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