quarta-feira, 9 de abril de 2008

SEX SHOP DIVIDE OPINIÕES

Por Raphael Lavra

“De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha que a abstinência.”
Millôr Fernandes


Em famílias tradicionais, falar sobre as questões relacionadas ao sexo, quase sempre elevadas a tabus provenientes do preconceito e falta de informação. A sociedade demonstrava intolerância aos assuntos relacionados às discussões sexuais. Contudo, hoje, falar sobre sexo é natural e, até mesmo, indicado, mas adquirir produtos em um sex shop para apimentar a relação, para homens e mulheres, ainda é um desafio.


O único sex shop realmente especializado em produtos e vídeos eróticos na cidade funciona no centro, em uma rua muito movimentada. A loja se localiza na parte superior de um sobrado comercial e completou no ano passado, espantosos 12 anos de existência, para muitos. O lugar e conhecido e freqüentado por muitos, o proprietário Cláudio Queiróz afirma que o negócio se mantém rentável desde então, e tem uma clientela cativa, até de pessoas de outras cidades. O único problema, de acordo com o comerciante, é a falta de oportunidade para publicidade.
Dona de casa Maria Lúcia, 38, é casada há 22 anos. Ela foi criada em uma família cheia de regras e limitações, onde questionar os pais sobre assuntos polêmicos era praticamente impossível. Mãe de dois filhos, a dona de casa admite que adotou uma conduta diferente da criação que teve e dá que passa a seus filhos. Maria quando questionada sobre o que achava de ir à um sex shop, se sentiu constrangida sem nunca nem mesmo ter passado na porta de um aloja desse tipo. “Não acho legal ficar comprando, nem mesmo frequentando esses lugares. O homem e a mulher foram feitos um para o outro. E acho que quando um casamento vai bem, esses produtos para estimular a relação são desnecessários. Se você vai á um sex shop comprar algo que incentive sua relação com o parceiro, já está admitindo que alguma coisa não está bem.”
Ao contrário da dona de casa, a maioria das mulheres querem, ou já foram a um sex shop, contudo não se sentem a vontade indo sozinhas. Os homens também fazem parte do público das casas que vendem os produtos “apimentados”, e os freqüentam com ou sem companhias. Bruno Rabello, 28 anos, casado há 4 meses, freqüenta o sex shop da cidade e diz que precisa de vez em quando de algumas inovações. “Quero satisfazer minha parceira buscando acessórios é legal. Gosto de novidades. Às vezes o casamento cai na rotina e só precisa de uma pimenta”, comenta entre risos. “... eu e minha esposa usamos muitos acessórios e assistimos a muitos vídeos eróticos.” completou. Apesar da presença cada vez mais freqüente dos homens as mulheres ainda são maioria dos clientes, não só em Nova Friburgo mas também em todo o Brasil. Por outro lado, algumas pessoas são contra esse tipo de serviço, como Joaquim Machado. “Independente da filosofia religiosa, o sexo sempre foi encarado pela maioria das pessoas como instintivo e sentimos que sexo é uma força interior dos homens, uma coisa divina. O homem animaliza tudo... As pessoas procuram esses lugares para se satisfazerem sozinhos com uma parte mecânica, sem sentimentos, tendência a cultivar o extinto sem emoção. Sexo é muito bonito para ser relegado à um ato mecânico.” disse. A publicitária Mariza Alves, 34 anos, casada, acredita que o sex shop funciona como uma brincadeira entre o casal. “Nada mais é que uma fuga rápida do cotidiano.” afirmou ela. Tal como Mariza, muitas mulheres tem vontade de conhecer produtos de um sex shop, mas não tem coragem de entrar em um.
Os produtos vendidos no sex shop local variam de 15 reais até 350, os produtos são variados, desde jogos adultos que incluem baralhos com posições sexuais e dados com ações, até algemas e fantasias, que vão das tradicionais enfermeiras até as mais inusitadas como personagens de desenhos japonês.
SEX SHOP SÓ ACOMPANHADA

Uma pesquisa realizada por uma revista do público feminino revelou que as brasileiras preferem ir ao sex shop acompanhadas de um grupo de amigos, principalmente de amigos gays. Entretanto, sozinha ela não entra na loja. Dessa forma, as sex shops se adaptaram a esse tipo de público e investe cada vez mais na entrega de produtos, filmes e acessórios por meio da internet. Em Nova Friburgo não é diferente e a assitente de atendimento Carolina Silva, 21 anos, admite que gosta de comprar na única loja da cidade, mas que só foi uma vez, e prefere adquirir os produtos pela internet. “Entrei no sex shop uma vez. Gostei, mas não compro mais. Fico com vergonha prefiro comprar pela internet.” A psicóloga Lísia Oliveira, acredita que aceitação da sexualidade entre as mulheres evoluiu muito nos últimos anos. “De alguns anos pra cá tenho percebido que as mulheres em geral, de todas as idades tem procurado esse tipo de comércio, principalmente os filmes eróticos.” comenta a psicóloga especializada em sexualidade humana.

Um comentário:

Anônimo disse...

QUERIA SABER O ENDEREÇO DA SEX SHOP, POIS NUNCA OUVI FALAR DA EXISTÊNCIA DELA.
PODERIA ME INFORMAR?
OBRIGADO.