quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ostomizada mostra a importância do voluntariado em Nova Friburgo

Por Diego Cristane

Muitas pessoas hoje em dia têm acesso às mais variadas informações. No entanto, a diversidade de conteúdos muitas vezes pode ser insuficiente quando o assunto é ostomia. O significado do termo ostomia ainda é bastante desconhecido na sociedade.
Todos sabem que o aparelho digestivo dos seres vivos tem um papel muito importante na absorção de nutrientes, assim como na sua posterior eliminação. Os elementos que não são úteis ao organismo transformam-se em fezes.
Por distintas razões algumas pessoas necessitam ser operadas para desviar as fezes da saída habitual e construir um novo caminho para o exterior. Este tipo de operação chama-se ostomia e realiza-se criando uma “boca” de saída através da parede abdominal.
O estoma constrói-se com uma porção de intestino e é através dele que as fezes saem. Por esta razão, as pessoas ostomizadas necessitam utilizar uma bolsa para coletar as fezes ou urina.
Avanir Thuller, de 52 anos é ostomizada desde os 36 anos e aprendeu a conviver com o procedimento médico desde o início do tratamento. Ela sofreu uma retriculite e o problema foi irreversível.
- Quando tinha trinta e cinco anos comecei a ter problemas de sangramento. Procurei o médico para fazer exames, foi quando descobri que era portadora de retriculite. Já tem 16 anos que operei para a colocação da bolsa. Na época fiquei 18 dias internada no hospital, diz Avanir.
Desde o início do tratamento Avanir teve forças para entender o problema e passou a conviver com a bolsa de ostomia sem maiores transtornos. Ela ainda buscou se superar e passou a ajudar quem necessitava de tratamentos referentes à ostomia.
- Reagi muito bem à colocação da bolsa e graças a Deus aceitei desde o início. Já tem dezesseis anos que uso a bolsa e não tive grandes dificuldades. Estou sempre pronta a ajudar a outras pessoas que tem que passar pelo procedimento, conclui emocionada.



Avanir atua como voluntária desde o surgimento da Associação e, para ela, algumas pessoas têm algum tipo de preconceito ao descobrir que a pessoa é ostomizada. “Temos que levantar a cabeça, seguir em frente e deixar os preconceituosos de lado. Eles não pensam que hoje somos nós, mas amanhã podem ser eles”, analisa.
Por outro lado, ela acredita que o ostomizado sofre preconceito dele próprio. “Existem casos que a própria pessoa não aceita a patologia e tem medo de dizer para as outras pessoas que ela é ostomizada e, às vezes, o próprio paciente cria esse preconceito. Comigo isso não acontece, pois tenho muita facilidade de falar para as outras pessoas sobre o meu problema e orientá-las sobre o que for necessário.”

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