quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DIVERSIDADE NA HORA DA DECISÃO

Por Renata Mattos Rocha

“Tinha que acordar bem cedo para dar tempo de me maquiar e ir para o trabalho. Quando perdia a hora ou me atrasava por algum motivo, saia sem maquiagem e as pessoas logo comentavam que eu estava diferente. Na minha profissão, estar com boa aparência é fundamental. Hoje, acordo uns minutinhos mais tarde e, quando me olho no espelho, já estou pronta! Posso estar triste ou chateada, que as pessoas nem notam”.– afirma a médica, de 56 anos, Alinne Athayde.
Já Luiz Carlos de Mattos, 43 anos, diz: “eu era mais jovem e fazia parte de um grupo de motoqueiros que queriam viver a vida com intensidade. Curtíamos rock in roll. Naquela época tudo era diferente. Com influência desse grupo, veio a vontade de ter uma marca, um estilo. Tomei a decisão e não me arrependo. Se fosse hoje, faria tudo de novo.”
Esses foram dois dos depoimentos mais marcantes que ouvi durante a pesquisa sobre um tema milenar que ainda é atual. Sou jornalista, tenho 22 anos e me envolvi de tal forma com o assunto que também decidi entrar para a crescente lista das pessoas com essa marca.
No meu caso, quis prestar uma homenagem. Fui criada com meus avós, que sempre foram um exemplo para mim. Eles começaram a namorar com 13 anos, casaram com 22 e ficaram juntos e felizes até que a morte os separou. Minha história parece com a deles: quando adolescente, me apaixonei por um vizinho, que conhecia desde criança. Nos meus 16 anos começamos a namorar, com 20 fiquei noiva e com 21 casei. Neste novembro, completei 01 ano de casamento. Com a certeza de que encontrei meu grande amor , fiz essa homenagem a nosso casamento. A tatuagem com nossas iniciais no pulso esquerdo é uma marca pessoal que fiz para consagrar ainda mais o nosso amor.
Maquiagem definitiva, símbolos de grupos, letras ou frases, são alguns exemplos de tatuagem. Cada pessoa tem um motivo para fazê-la e com o desenvolvimento das técnicas, fica cada vez mais fácil realizar o desejo do cliente, afirma o tatuador Jefferson França. Até pouco tempo, as pessoas que faziam tatuagem eram consideradas “rebeldes” e ficavam distantes de outros tipos de grupos, por causa do preconceito que sofriam. Hoje, as pessoas se tatuam por diferentes motivos e o preconceito diminui a cada dia.
Datada de 4.000 anos a.C., a tatoo não perdeu a graça e ainda desperta interesse, aliás, sua popularidade cresce dia-a-dia. O importante para quem quer se tatuar é lembrar que a marca é para o resto da vida, pois os processos de reversão são caros e demorados. Antes de tomar a decisão final, é preciso estar certo do que vai fazer.

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