quarta-feira, 30 de maio de 2007

O Candomblé no Brasil

Tradicionalmente brasileiro e tipicamente baiano, o Candomblé é uma religião que se tornou ícone do Brasil. Não é raro ver em algumas festividades brasileiras uma mulher caracterizada de baiana. Essa “brasilidade” está traduzida, também, nas músicas que trazem o nome dos orixás, nas escolas de samba do Rio e de São Paulo e, principalmente, na Bahia que é de “todos os Santos”.

“O Candomblé chegou no Brasil através dos negros africanos que foram trazidos pelos portugueses para serem escravizados por aqui. Os cultos eram escondidos, a religião foi proibida pela Igreja, na época, e até criminalizada por alguns governos do Brasil”, disse Rafael Pereira, professor de história e apaixonado pela religião.

No Brasil, de acordo com o Censo de 2000, cerca de 130 mil pessoas são praticantes declaradas do Candomblé. Mas esse número vem subindo: “muitas pessoas não declaram que são candomblecistas por medo de preconceito e essas mesmas pessoas acabam se dizendo católicas ou sem religião. No entanto, de uns tempos pra cá, tem havido um grande incentivo à cultura nacional e as pessoas estão começando a olhar o candomblé com outros olhos. Isso está aumentando o número de adeptos da religião que, antes, tinham curiosidade, mas tinham medo por não conhecerem”, afirmou Rafael.

Um dos problemas que os candomblecistas sofrem é o pré-conceito sobre a religião. Mas isso vem dos tempos do sincretismo, nas grandes senzalas. “Muito se fala e pouco se sabe sobre o Candomblé. É uma religião de mistérios. Nos tempos dos escravos, os rituais eram feitos às escondidas e nas madrugadas, pois os senhores de engenho não permitiam a prática. Então, o Candomblé cresceu mal-visto. Como uma coisa obscura e diabólica, como muitos falam. Mas isso é um grande erro. O Candomblé é uma religião monoteísta que acredita num Deus único e criador. Os orixás são divindades da natureza que estão abaixo desse Deus criador. A paz, o amor, a caridade e a fraternidade são as bandeiras que fazem do Candomblé uma religião linda e interessante”, conclui Rafael.


Por Leonardo Gomes

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