quarta-feira, 30 de maio de 2007

O Candomblé na vida de um jovem



De origem africana, o Candomblé tomou forças nas terras brasileiras quando os sacerdotes africanos foram trazidos da África e escravizados no Brasil. Uma religião chamada de anímica – que acredita na alma da natureza – e que cultua os orixás, as divindades tidas como as energias vindas direto da natureza.

Carmen Lúcia de Souza é “abiãn”. Tem apenas 22 anos e encontrou no candomblé a brasilidade que buscou em outras religiões, como a Umbanda. “Eu fui filha de santo na Umbanda por dois anos. Respeito a Umbanda demais. É uma outra paixão minha! Só que foi no Candomblé que eu descobri a minha essência. O sentido para a minha vida. Foi num Ilê (casa na língua Yorubana) de Candomblé, numa festa de Yabá (divindades femininas do Candomblé), que eu descobri a minha espiritualidade”

Carmen é de família cristã. A mãe é evangélica, o pai católico e o irmão kardecista. Ela cresceu sob os ensinamentos da Igreja Católica, fez 1ª Comunhão e participou de eventos para jovens da Igreja. No entanto, confessa que sempre sentiu falta alguma coisa. “Eu gostava da Igreja, freqüentava direitinho e era assídua. Não faltava a missa. Só que não me sentia completa. Queria mais! E resolvi procurar outras coisas. Fui até o ceticismo. Até que o meu irmão me levou no centro do meu avô, que era pai de santo na época. Eu nunca tinha ido a nada disso. Além de ter medo, por conta do que a igreja contava, eu não tinha acesso. Meus pais não eram dessa religião e tudo mais... Muito complicado! Era uma casa de Umbanda e eu conversei com o vovô (nome carinhoso que Carmen dá aos conhecidos petros-velhos). Ouvi os cânticos que invocavam as entidades e achei lindo! Mas aquilo ainda era muito distante pra mim e acabei não voltando mais. Aí, depois resolvi freqüentar. Me apaixonei pela religião e a pratiquei por dois anos.”

Atualmente, ela freqüenta o Candomblé por opção e afirma que essa é a religião que ele sempre procurou: “o Candomblé é o que eu achei que encontraria na Umbanda. Hoje eu posso afirmar que o blé (como ele chama o próprio candomblé) é uma paixão. Eu nunca procurei a religião para benefício próprio. Eu procurei pela paixão por uma cultura que é tipicamente brasileira e que acaba traduzindo a minha essência. Sou candomblecista sem vergonha e sem medo do preconceito!”


Por Leonardo Gomes

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