segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Morro do Juramento: guerrilha urbana no Rio é alvo dos jornais on line


Situado na Zona Norte do Rio de Janeiro, o Morro do Juramento vive um cotidiano de guerra. As cenas lembram os conflitos na Faixa de Gaza. O Comando Vermelho invadiu a comunidade e entrou em confronto com a facção Amigo dos Amigos, que domina o tráfico no local desde maio. Mais de cem traficantes do CV chegaram ao Juramento na noite de sexta-feira, dia 28 de agosto, e iniciaram um tiroteio de mais de sete horas. Uma patrulha da PM ficou sob fogo cruzado. Quatro soldados e um cabo ficaram feridos. Só por volta das 4 horas da manhã chegaram os reforços do 9° Batalhão (Rocha Miranda).

Essa não é uma situação nova no Morro do Juramento. "Há muito tempo isso ocorre. Uma determinada facção toma o morro e fica durante algum tempo, depois vem outra facção e retoma. E por aí vai. Isso nunca acaba. Há anos isso aqui está assim e ninguém toma providências", reclama o morador Felipe Silveira.

Os veículos de comunicação difundiram a notícia em sites pela internet. A cobertura on line apresentou textos longos, curtos, alguns mais objetivos, muitos eram meras adaptações das edições impressas.

O Estado de São Paulo apresentou matérias pequenas, semelhantes a notas, com conteúdos informativos, sem entrevistas e depoimentos. O hipertexto foi pouco explorado e o uso de tags abundante. Por se tratar de um veículo de outro estado é natural uma menor quantidade de informações acerca do fato.

Já a Folha de São Paulo, outro jornal paulistano, ofereceu ao leitor a possibilidade de um maior aprofundamento no assunto. No pé de algumas das matérias da Folha existem quatro seções. Na primeira são encontrados links sobre o fato. A segunda contém outras notícias da mesma editoria. A terceira leva o leitor aos arquivos do assunto. Na última estão referências de livros sobre o acontecimento abordado.

Os jornais cariocas conseguiram um maior volume de informações por estarem mais próximos. Foram constantes as notícias sobre o trânsito e o fechamento do metrô. Os veículos estavam preocupados em atingir o público alvo através de informações mais úteis.

Com uma linguagem mais próxima à impressa, O Globo publicou matérias mais detalhistas e com muitos hiperlinks. Houve erros de digitação e os textos eram longos. Num período de três dias, de 31 de agosto a 02 de setembro, os links funcionaram mais como uma forma de atualização do que de aprofundamento. No site do jornal é preciso ter um cadastro gratuito para poder acessar os hiperlinks, uma barreira para os internautas mais apressados.

O Dia - interatividade e linguagem popular

A internet e as novas tecnologias possibilitam uma comunicação plural. O trabalho do jornalista se torna mais complexo. A web permite o uso de vídeos, imagens, textos, links e áudio. O cruzamento de informações enriquece as matérias on line. O Dia manteve sua linguagem mais popular, usando termos como “caveirão” e “endolação”. Mesmo com erros de digitação o veículo foi o único capaz de aproveitar a interatividade da internet. Um exemplo é a seção dedicada aos leitores, onde os moradores do Morro do Juramento puderam contar histórias e criticar as ações da polícia.

O Dia - Vídeo do confronto entre PM e traficantes

Foi postado um link com fotos da invasão da polícia militar e um vídeo com o helicóptero da PM na linha de tiro. As imagens tornaram experiência do internauta mais completa e fixaram a atenção do público.

O Jornal do Brasil não usou links e abordou o fato por uma ótica um pouco diferente. Fez citações ao site de relacionamentos Orkut como fonte e falou do possível envolvimento do traficante Fernandinho Beira Mar na invasão do Morro do Juramento. A linguagem foi clara e concisa.

Mais uma vez o terror roubou a atenção da mídia em nosso país. A violência vende jornais, rende acessos e aumenta a audiência. Dar voz às pessoas envolvidas nestes episódios traz dignidade e consciência social aos veículos de comunicação. Essa é uma atitude capaz de melhorar um pouco a situação de guerra urbana vivida pelos habitantes das grandes metrópoles.
Marcelo Drummond

6 comentários:

maria goretti disse...

Muito bom! Colocou em prática o que discutimos em sala.

maria goretti disse...

primeiro parágrafo:melhor seria...
situado....., o Morro do juramento vive um dia a dia que mais parece um cenário de guerra....(e até linkar ou comparar a momentos de guerra fria na europa)

segundo parágrafo: segunda frase...melhor: a cobertura online apresentou textos longos, curtos, uns objetivos, outros meras adaptações das edições impressas.

Mostrar o exemplo , quando critica. E também o link para o jornal deve ser respeitado.

Infos boas, mas deve tentar narrar mais, contar histórias, usar personagens...ou mesmo entrevistar....
refazer até dia 28.

maria goretti disse...

o termo "guerrilha urbana"cai bem na sua matéria. Use. Pode ser no título.
Morro do juramento: jornais online exploram a guerrilha urbana no Rio .
No primeiro parágrafo: ...iniciaram um tiroteio...faltou dizer da entrada da Pm no tiroteio.

maria goretti disse...

Depois de ver o vídeo do helicóptero, concluí que vc deveria explorar a cena com subtítulo e dar mais ênfase ao cruzamento de infos possibilitado pela internet. E narrar como a mídia(a Rede) tem mudado o trabalho do jornalista. Falta um toque ainda de criatividade na maneira como vc faz cobertura. Torne a leitura mais atraaente.

maria goretti disse...

As reportagens dos leitores devem ser tb destacadas com subtítulo. Afinal, é a verdadeira interatividade.

maria goretti disse...

falta tb um desenlace melhor. Menos Frio.Afinal, é sua cobertura sobre a cobertura