domingo, 13 de setembro de 2009

Pânico no Morro do Juramento é destaque na mídia online

Por Diógenes de Oliveira

Há 15 dias, o Morro do Juramento tornou-se mais uma vez cenário de tiroteios, sangue e mortes no Rio de Janeiro. Tudo começou após tentativa de invasão por milicianos, que buscavam tomar os pontos de vendas de drogas na comunidade. Desde então, os jornais passaram a divulgar os últimos acontecimentos em seus sites. Uma análise dos principais jornais online do país mostra que os discursos narrativos destes veículos não estão corretamente adaptados para a internet, apresentando-se mal redigidos, redundantes, extensos ou curtos demais.

Em O Globo , como repórter, encontrei pequenos errinhos de digitação que poderiam certamente ser evitados. Como exemplo, quero destacar dois deles encontrados na matéria Polícia Militar faz operação no Morro do Juramento, postada no dia 31 de agosto. No primeiro, faltou o 's': "O cinco policiais feridos faziam o patrulhamento na região e ficaram encurralados". No segundo, o erro foi a troca do artigo 'o' pelo 'a': "Na domingo, houve um novo tiroteio, mas o batalhão de Rocha Miranda, informou...".

Uma das matérias de maior destaque do O Globo tratou da interrupção da circulação do metrô. Produzido em parceria com a equipe do Jornal Extra, a matéria ficaria bem mais completa, a meu ver, se fossem incluídos depoimentos de alguns passageiros d o metrô.

Um erro em uma das manchetes parece ter sido ignorado pelos editores do O Globo, repetindo-se até mesmo após a atualização. O título foi postado como Tiroteio no Morro do Juramento para circulação do metrô por três vezes, quando o correto deveria ser "Tiroteio no Morro do Juramento pára circulação do metrô". Como repórter, destaco que embora os textos apresentassem muitos hiperlinks, o acesso a alguns deles tornou-se restrito pela necessidade de cadastro obrigatório, dificultando o hipertexto.

Já no jornal O Dia, a notícia teve bastante repercussão. No entanto, encontrei poucos hiperlinks nas matérias postadas e um número razoável de tags. Uma ferramenta chamada 'REFERIDAS' oferecia links internos a outras matérias do seguimento para dar mais informações leitor.

Por outro lado, encontrei também erros de digitação em algumas postagens. Tratam-se de pequenos detalhes que poderiam ser evitados com uma revisão no texto. Um deles estava bem explícito na matéria "Paz e tranquilidade voltam ao Morro do Juramento", postada no dia 01 de setembro. No final do texto, dois erros: "No momento, o Caveirão já deixou a 'favelae' se 'econtra' na parte mais baixa". No dia 31 de agosto, foi publicado no Conexão do Leitor um texto do internauta Felipe Silveira, que dava informações sobre a situação do Morro do Juramento após reinício de intenso tiroteio.

O Jornal do Brasil deu pouquíssima cobertura para o tiroteio no Morro do Juramento. O internauta que buscou informações pôde encontrar apenas notas de cinco linhas. Em contrapartida, a matéria que destacava Fernandinho como principal responsável pelas invasões no morro foi o maior destaque do jornal. Tendo como manchete "Beira-Mar mandou invandir o Morro do Juramento", o texto chegou ao número de 11 parágrafos e 37 linhas com informações que outros jornais não divulgaram. Entretanto, faltou a palavra 'que' na frase: " A partir dali, passou a ter direito a visitas íntimas de mulheres 'que' passaram a transmitir informações aos seus aliados...".

A Folha de São Paulo postou várias informações sobre o pânico do Morro do Juramento. Os textos foram bastante atrativos e informativos, dando ao leitor a possibilidade de se inteirar sobre o assunto através de hiperlinks disponíveis no "Leia mais". A informação foi tão precisa que não perdeu para os jornais do Rio de Janeiro. Um dos grandes destaques também foi a interrupção do metrô por 12 minutos. Esse e os demais textos foram redigidos de forma direta e facilitaram a compreensão da informação: "Os criminosos chegaram ao local dentro de um caminhão e começaram a atirar quando viram os policiais, que patrulhavam a região, de acordo com a PM".

Já o Estadão, também de São Paulo, postou várias matérias sobre os episódios envolvendo o Morro do Livramento. O número de parágrafos foi, em média, três ou quatro por edição. Mesmo assim, alguns textos apresentaram informações que outros jornais não destacaram como o estado de saúde dos policiais feridos. As manchetes também foram bem chamativas e os textos concisos. Apesar de não oferecer hiperlinks em todas as matérias, foram constantes os tags. Um diferencial foi o espaço para que internautas fizessem comentários sobre as matérias postadas. Identifiquei apenas um erro digitação na matéria do dia 31 de agosto: "Cinco policiais militares que patrulhavam o morro ficaram 'encurrado' e foram feridos".

Com todos esses dados, posso afirmar que os jornais digitais precisam ser redigidos com menos erros de digitação e mais hiperlinks para facilitar a pesquisa dos leitores.

3 comentários:

maria goretti disse...

Começou bem, contando a história. Mas, depois, passou a fazer uma análise tipo monografia. Vc é narrador, conta uma história.

percebeu-se não...Eu percebi....vc é narrador. ou arranje personagens.Notei que nenhum aluno entrevistou ou msotrou as reportagens aos leitores para saber a opinião deles.
Vc critica os títulos de O Globo, diga quais são e aponte como melhorar

maria goretti disse...

Aponte os erros de digitação(eu vi de concordância) tyanto em O Globo quanto no ODia.

maria goretti disse...

Não torne burocrática a contagem de parágrafos. Até oito, é o comum, por rolagem de página. Mas o fato de chegar a 11 ou ter menos de cinco, vai depender dos links internos e externos e do número de linhas. Avalie novamente.

narre e aproveite o restante da análise,que está bom.
refaça até dia 28.