quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Scorpions no Rio

Por Diego L. Cristane

Noite de domingo, poucas pessoas costumam sair ou fazer um programa nos dias de hoje. Quem cria coragem e sai, nem sempre encontra algo diferente. O Rio sofre de uma mesmice e de uma melancolia que há tempos não se vê.
Ruas desertas, bares vazios, poucos carros, trânsito livre. Infelizmente o carioca não é mais capaz de se sentir satisfeito quando a agitação cessa. A calmaria agora é que incomoda. Culpa da violência? Não se sabe.
A noite estava muito bonita, não cabem desculpas esfarrapadas sobre tempo ruim, falta de festas, eventos, ou porque era véspera de segunda-feira. Aliás os programas de TV de maior audiência só terminam por volta da meia-noite. Recuperar a cultura carioca do lazer em primeiro lugar é prioridade para o Rio não perder sua identidade.
Me dirigia para a Zona Oeste por volta das 20 horas. Meu destino era um Ginásio. Cheguei lá as 21 h. A pista do ginásio possui capacidade para 10 mil pessoas, mas ao que parece não seria necessário tanto espaço. Poucas pessoas chegam e lentamente um pequeno espaço se ocupa.
Enquanto alguns ainda chegavam, eis que surge um pontual quinteto alemão. Comandado por um senhor no auge dos 60 aninhos chamado Klaus Meine, os Scorpions mostram de cara não terem esquecido a fórmula de um bom show de rock.
Após onze anos sem tocar no Rio e quatro décadas de carreira, a banda iniciou a apresentação com “Hour I”, música do mais recente disco do grupo, “Humanity: Hour I” . A canção incendiou o público.
Depois do hit novo, eles dispararam uma série de clássicos. Entre elas “Coming home” e “The Zoo”.
Quando o público parecia aquecido, todos os integrantes trocaram seus instrumentos por outros. Agora um som acústico. Subiram ao palco dois percussionistas, um tecladista e três cantoras de apoio, todos brasileiros. O bloco acústico foi anunciado pelo pano de fundo do palco, que remetia ao disco "Acoustica”, lançado pelos Scorpions em 2001.
Nesta segunda parte, eles tocaram “Holyday”, Always somewhere”e “Wind of change”no formato violãozinho. Os arranjos, porém, exageravam nos batuques.
Terminada a roda de violão, voltam as guitarras e com elas mais canções consagradas. A participação especial de Andreas Kisser, do Sepultura na instrumental “Coast to Coast”foi um dos mais importantes momentos da exibição.
O grupo não economizou em gestos para homenagear e agradar o público, como camisas e bandeiras brasileiras e uma versão quase germânica de “Xidade Maravilhôssa”. A mesma que Meine cantou no primeiro Rock in Rio, em 1985.
“A moment in a million years”fechou a noite e a festa dos Scorpions no Rio. Realmente foi uma oportunidade única e cada vez mais rara na Cidade Maravilhosa. Bons Momentos.

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