quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Assumir obras: prioridade dos agentes do Estado no calendário eleitoral

Por Diego Cristane

Um dia após a retirada das tropas do Exército do Morro da Providência, autoridades disputam cada tijolo do inacabado Projeto Cimento Social. Criado pelo senador Marcelo Crivella.
Primeira interessada, a Prefeitura do Rio esteve na favela através da Secretaria de Assistência Social para apoiar os moradores e operários que tiveram os trabalhos interrompidos. O Secretário Municipal Marcelo Garcia justificou a visita à comunidade como um cumprimento ao papel social dele.
Para que as últimas 30 casas da primeira fase do projeto fiquem prontas, o Secretário propôs a formação de um mutirão com moradores e operários.
-Queremos iniciar uma campanha entre empresários e comerciantes, para que eles doem o dinheiro. A idéia é finalizar o projeto sem recursos do governo – esclarece Marcelo.
O governador Sérgio Cabral também quer assumir as obras. Para ele o Estado tem condições: “A população não merece ser utilizada eleitoralmente. Mas é preciso fazer uma espécie de termo de ajustamento de conduta ali para terminar o que não foi feito. A população não pode perder a obra por isso” – ressaltou Cabral.
O juiz Fábio Uchôa Montenegro, autor da paralisação das obras, aprovou ontem a proposta de os moradores, em mutirão, concluírem as reformas com a participação da construtora Edil, vencedora da licitação. Os recursos, porém, não poderiam ser vinculados ao projeto de Crivella nem de outros políticos, pois isto seria considerado uso eleitoral.

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