quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Marisa Monte e a Velha Guarda da Portela

Por Anna Carolyna Asthine Neves

Pandeiro de couro, cavaquinho, surdo, cuíca e violão. Tais ingredientes chamaram a atenção de uma cantora consagrada da MPB. Com um gravador na mão e disposta a descobrir mais sobre o samba, Marisa Monte saiu em busca de histórias dos grandes sambistas cariocas.

O lugar não poderia ser outro, terra de Cartola, Noel Rosa, Ary Barroso e muitos outros que ajudaram a criar “essa maravilha de cenário”, como diz o verso de autoria de Silas de Oliveira na música ‘Aquarela brasileira’, sobre a Zona norte do Rio de Janeiro.

Lá ficam grandes escolas de samba do Rio, como: Salgueiro, Mangueira e Portela. Durante suas esquisas, Marisa Monte, em 1998 gravou o CD “Tudo Azul”, que reúne 18 músicas de compositores da Portela. E como diz uma das marchinhas de Chiquinha Gonzaga de 1899, Marisa “Abre alas” para a Velha Guarda passar.

A Velha Guarda estreou com gravações musicais em 1970 com o disco "Portela Passado de Glória". Formada por antigos integrantes da escola de samba, fundada em 1932, o disco foi produzido por Paulinho da Viola.

O conjunto original da Velha Guarda era composto por Ventura, Aniceto, Alberto Lonato, Francisco Santana, Antônio Rufino dos Reis, Mijinha, Manacéa, Alvaiade, Alcides Dias Lopes, Armando Santos e Antônio Caetano. Com o sucesso do disco, o grupo, realizou uma coletânea de antigos sambas que estavam esquecidos.

A pesquisa de Marisa durou quase dez anos e reuniu depoimentos de compositores consagrados. A homenagem ao samba chamou a atenção dos cineastas Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, que decidiram registrar em um documentário a história da Portela.

O documentário abriu o Primeiro Festival de Paulínia de cinema e seria exibido em uma sessão ao ar livre no festival de Cannes, na França, mas não ocorreu pelo mau tempo.O filme tem sua estréia nesta sexta-feira em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Belo Horizonte, Brasília e Santos.

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