quarta-feira, 4 de abril de 2007

Luiz Carlos Prestes Filho vai estudar a economia da cultura em Nova Friburgo

Pesquisador propõe estudo inédito no município
Por Ana Carolina Tosto

Planejar o desenvolvimento cultural de Nova Friburgo. Foi com este objetivo que o superintendente da economia da cultura da Secretaria de Desenvolvimento do Estado Luiz Carlos Prestes Filho reuniu entidades e representantes do setor, no último dia 31 de março.

Diferente do pai – o grande
Luiz Carlos Prestes , o filho escolheu algo menos revolucionário mas muito desafiador como atividade de vida: pesquisar a economia da cultura no estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, o interesse em estudar a cultura surgiu cedo: “quando ainda era adolescente e tive que ir morar na URSS por causa de meu pai, comecei a freqüentar muitos cinemas na Rússia. Queria saber como eram feitas aquelas produções, quem trabalhava nisto, quanto dinheiro toda aquela estrutura poderia gerar.”

Movido por esta vontade, Luiz Carlos Prestes Filho formou-se em cinema pelo Instituto Superior Estatal de Cinema da Rússia. Em 1984, Prestes Filho retornou ao Brasil e trabalhou na produção e direção de filmes como
"Rei Do Rio" ,de Dias Gomes e "Além da Paixão” , de Antônio Calmon. Logo após, realizou diversos documentários sobre a cultura no Estado do Rio.

Anos mais tarde, em 1999, Prestes Filho criou o Instituto de Gestão Cultural. É um núcleo de pesquisas com objetivo de compreender como a cultura pode ser um fator de geração de riqueza e desenvolvimento para o estado.

Um dos últimos estudos do pesquisador – A cultura em números - catalogou uma lista com 5000 atividades que estão ligadas direta ou indiretamente com o setor e que geram algum tipo de renda. O trabalho de gráficas, preparativos para iluminação de espetáculos, shows musicais e até alugues de filmes em videolocadoras estão listados nesta pesquisa. “Atividades deste tipo representam 3,8% do PIB do estado. Isto coloca a economia da cultura em 6º lugar na geração de renda para o Rio de Janeiro.”, afirma Prestes.

Contudo, segundo ele, as secretarias de cultura dos municípios do Rio de Janeiro não consideram que estas atividades têm relação direta com a cultura. “ Em todos estes tipos de trabalhos incidem diretos autorais. Além de gerar renda e empregos. Tudo isto move a economia da cultura. Os governos não podem desprezar este fato como fazem.”

Segundo o pesquisador, outro fator é a centralização de recursos.
A renda disponível para investir em cultura no estado é destinada à apenas os grandes centros culturais como o Theatro Municipal e casas de Cultura. De acordo com Prestes Filho “há 90 outros municípios no Estado que podem desenvolver-se a partir de seus instrumentos culturais locais. O que falta é incentivo e pesquisa para encontrar as potencialidades de cada cidade”.

E foi exatamente esta a razão da visita de Luiz Carlos Prestes a Nova Friburgo: descobrir os instrumentos culturais do município. O pesquisador propôs às entidades e representantes presentes ao encontro 3 frentes de trabalho.:

- Inicialmente, vamos começar a pesquisar todas as representações artísticas-culturais nas regiões de
Mury, Lumiar e São Pedro da Serra .O local é um foco de turistas. Eles trazem renda, que acaba motivando a criação de novos empregos. Segundo: Estudar a infra-estrutura empresarial da região (os seja, os micro e pequenos empresários) e o potencial que eles podem agregar às futuras ações. E por último debater políticas públicas que viabilizem a concretização das atividades. Esses três pontos são a base para o desenvolvimento do potencial cultural do município.”

Cada representante e entidade irá atuar em grupos em cada uma das frentes de trabalho listadas por Luiz Carlos Prestes Filho. Dentro de 30 dias, os participantes do encontro voltam a se reunir com o superintendente para avaliar os dados obtidos.

O que é economia da cultura? Acesse www.eg.fjp.gov.br/produtos/cehc/resumo_minc.htm