quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Enade: Estácio de Friburgo oferece aulas de reforço para alunos de jornalismo



Jorge Maroun explicou como a nota da prova será calculada

Por Diógenes de Oliveira

Os alunos de comunicação social da Universidade Estácio de Sá, campus Friburgo, participaram no dia 22 de setembro de palestra sobre o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). A reunião foi realizada no auditório da instituição e teve como palestrante o coordenador do curso de jornalismo, professor Jorge Maroun.

O coordenador esclareceu algumas dúvidas relacionadas à prova do Enade, marcada para o dia 06 de novembro, às 13h. De acordo com ele, participam os alunos com mais de 80% ou menos de 20% das disciplinas concluídas. A prova vai ser composta por 40 questões no total, sendo 10 de formação geral e 30 específicas. Nas duas partes, o estudante encontrará perguntas discursivas e de múltipla escolha. Além disso, um questionário socioeconômico será enviado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) para ser preenchido. Caso o convocado falte, terá que esperar até a próxima prova para receber o diploma e o histórico.


Alunos de jornalismo tiraram dúvidas sobre a prova do Enade

Jorge Maroun ressaltou que um resultado ruim - conceito um ou dois - prejudica o futuro do aluno, desvaloriza o diploma e põe em risco a existência do curso. Por outro lado, um conceito acima de três permite o recredenciamento automático do curso sem a necessidade da visita dos fiscais do MEC. “O recredenciamento automático significa tranqüilidade para todos nós”, complementou.

Em entrevista, o professor afirmou que em 2010 a procura pelo curso de jornalismo deverá ser menor, mesmo entre as faculdades que mais se destacarem no exame, por causa da decisão do STF pela não necessidade do diploma.

“A questão do diploma ganhou amplo destaque nos meios de comunicação e levou muitos pais e interessados a entender que não adianta mais estudar jornalismo o que, obviamente, é uma leitura equivocada. Com o tempo, as coisas vão retornar aos seus lugares”, afirmou.

Confira aqui a entrevista na íntegra

A partir do dia 06 de outubro, os alunos receberão todas às quartas-feiras uma prova simulada contendo dez questões elaboradas pelos docentes. O envio será por e-mail e servirá como reforço. Os universitários terão uma semana para responder e entregar à coordenação para receber três horas rac. O gabarito estará disponível na terça-feira da semana seguinte.

Segundo Jorge Maroun, a universidade oferecerá aulas de reforço ao selecionados com destaque para conhecimentos gerais e específicos. O professor firmará parcerias com outros cursos do campus para a realização de oficinas e acrescentou a possibilidade das aulas serem feitas em municípios vizinhos para garantir a presença dos participantes do Enade.

Edilene de Medeiros Mota do oitavo período de jornalismo fez a prova em 2006. A estudante irá participar pela segunda vez, mas não concorda com o sistema.

“Acertei bem a prova, mas creio que tenha sido um pouco de sorte (era múltipla escolha) além de conhecimentos gerais que tinha até a época. Agora em 2009, acho que vou entender mais a prova do ENADE, ler as questões e reconhecer os teóricos citados. Mas acho o ENADE uma grande besteira, para mim não avalia curso nenhum, desempenho algum. Quem quiser 'chutar' as respostas pode acertar bastante, assim como eu em 2006", disse a aluna da Estácio.

As reclamações não são feitas apenas por alunos. Após negociações que duraram mais de um ano e meio, a USP entendeu que não houve avanços suficientes e decidiu não participar do exame. Durante o processo, o Ministério da Educação aceitou algumas reivindicações como o fim de amostragem para definir os participantes e permitiu que todos os alunos fizessem a prova. Na avaliação de integrantes do ministério, a USP teme ser comparada a outras instituições.

A Unicamp também discordou da metodologia de avaliação e vai continuar fora do Enade. A universidade alega que o modelo é falho por não permitir saber se um conceito baixo seria pela má qualidade do curso ou por boicote dos alunos.
Curso completa 10 anos e prepara eventos para 2010

O curso de jornalismo da Estácio de Nova Friburgo recebeu uma verba de, aproximadamente, R$ 91 mil para a compra e manutenção de equipamentos. Os professores comprometidos foram mais valorizados com o aumento da carga horária e, conseqüentemente, de salários. Em 2010, o curso estará completando 10 anos em Nova Friburgo. De acordo com Jorge Maroun, que voltou a coordenação em fevereiro, uma série de eventos e atividades está sendo preparada.

Antes do fim da palestra, o professor da Estácio, Roberto Vieira, anunciou uma possível reforma na grade a partir de matéria publicada pelo jornal O Globo sobre a proposta do MEC de um estágio obrigatório para o curso de jornalismo. O professor falou ainda da criação da Littera Discente, uma revista semestral para publicação dos trabalhos de monográfica do campus Friburgo. O projeto está programado para ser concretizado em 2010.

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